terça-feira, 29 de julho de 2008

Nada como trabalhar naquilo que se gosta!





O Projeto de Educação em Saúde para o Grupo Chaverim (que quer dizer "amigos", em hebraico) foi, para mim, a intersecção perfeita entre trabalho e prazer.

Antes de mais nada, eu adoro o Grupo Chaverim. Ele existe há 13 anos, e é um grupo de socialização e inclusão para adultos e adolescentes que têm algum tipo de deficiência intelectual, seja qual for. Um exemplo de trabalho conjunto, de união de forças! Para quem quiser, o site do grupo é: http://www.grupochaverim.com.br/.

A proposta, de criar um programa de educação em saúde para um grupo de mais ou menos 30 pessoas, adultas e com deficiências intelectuais das mais diversas, foi um verdadeiro desafio. E eu adoro desafios!

Ainda mais quando tenho que os encarar ao lado de pessoas hiper-competentes e amigas: trabalharam comigo a Vivian (nutri), o Ricardo (educador físico) e a Tati (endócrino). Grande equipe, amigos para a vida toda!

O objetivo, abrangente, este eu levo para vários outros trabalhos: além de incentivar a adoção e manutenção de atitudes saudáveis na alimentação, em atividade física, no cuidar da auto-estima, trabalhamos também o senso de responsabilidade pela própria saúde e bem estar, a participação na comunidade e o prazer em se cuidar. Quando pensamos no grupo Chaverim, pensamos em amizade, relacionamentos pessoais, cultura, lazer, autonomia, inclusão. Pensamos na postura de estimular, facilitar a vivência das potencialidades de cada um e do grupo, e não de enfatizar as limitações. Isso, ao meu ver, é saúde. Saúde tem que ser vista como processo dinâmico de busca de melhoria da qualidade de vida.

Do ponto de vista da psicologia, mesmo dentro da "saúde", existem tensões físicas, biológicas, psicológicas ou sociais. Vejo como saudável a habilidade que se tem (ou não) para lidar com tais tensões, e a busca de tais habilidades em si. Portanto, a palavra resiliência está muito ligada ao conceito de saúde. Resiliência é a capacidade humana universal de enfrentar as adversidades da vida, superá-las, ou até ser transformado positivamente por elas. São, então, indicadores de saúde, ou de qualidade de vida, o sono, a disposição, a ausência de dor, a auto-estima, a satisfação com a aparência, a independência, a qualidade dos relacionamentos... Temos que ter em mente que tudo isso tem sua importância quando vamos abordar uma questão de saúde em particular. Somos um todo!

Os resultados do trabalho superaram as expectativas: motivação, participação, compreensão, criação, ânimo, alegria, aprendizagem, questionamento, carinho, enfim... Saímos todos mais saudáveis da experiência, isso não dá para negar!

4 comentários:

Norah disse...

parabéns pelo lindo trabalho! dá para sentir que vc trabalha naquilo que gosta pois seu jeito de se colocar é natural e objetivo.
Não consegui entrar nos slides.

eu preciso contar que estou seguindo várias dicas suas e, entre outras, estou cuidando mais de mim...e percebi que isto funciona mesmo! as coisas fluem melhor e alimentação se torna parte desta construção da gente!

Karina disse...

Que legal esse trabalho que você faz! Queria conhecer um pouco mais, vou te mandar um e-mail para conversarmos melhor. Você tem resultados práticos, ou seja, o grupo mostrou melhora na qualidade de alimentação? Obrigada e parabéns!

Manu disse...

Que legal! Amei! Parabéns.

Jussara disse...

Olá, Lia, você poderia fornecer a bibliografia que você usou, as técnicas, os materiais... trabalho na área e achei sua iniciativa excelente.