quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

GLOBESIDADE

Epidemia de “globesidade”
9/12/2009

Por Fábio Reynol

Agência FAPESP – Estima-se que um quinto da população mundial esteja com excesso de peso. Entre esses, há 300 milhões que são considerados obesos. Pior: esses números têm aumentado nas últimas décadas.

Essas informações abriram a palestra “Atualização da epidemia global de obesidade”, proferida pela professora Mary Schmidl, do Departamento de Nutrição e Ciência dos Alimentos da Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos. A apresentação fez parte da programação do 8º Simpósio Latino-Americano de Ciências de Alimentos, realizado no mês passado na Universidade Estadual de Campinas.

A pesquisadora levantou eventuais motivos para explicar o crescimento da epidemia em todo o mundo e quem seriam os responsáveis. “Inicialmente considerada um mal de países desenvolvidos, hoje a obesidade tem sido encontrada também nas nações em desenvolvimento, paradoxalmente ao lado da subnutrição”, disse.

“É uma doença que está em todas as faixas etárias, grupos éticos e classes sociais. Ela também atinge tanto homens como mulheres. Essa espécie de onipresença motivou a criação do termo ‘globesidade’ (globesity, em inglês)”, contou.

Segundo Mary não há um vilão único para a epidemia. A escalada da obesidade teria muitos responsáveis, como a indústria alimentícia, políticas públicas, escolas, restaurantes, comunidades, pais e os próprios indivíduos.

A pesquisadora apontou exemplos. A indústria e os comerciantes de alimentos estariam habituando os consumidores a porções cada vez maiores. Garrafas de refrigerante, hambúrgueres, pacotes de salgadinhos, caixas de cereais, entre outros produtos industrializados, têm aumentado de tamanho nos Estados Unidos desde a década de 1970.

O mesmo ocorreu com os restaurantes. “A porção recomendada de batatas fritas por pessoa é de cerca de seis unidades (palito) por dia e a porção que estamos servindo é essa”, disse ao apontar a foto de um prato com cerca de 500 gramas de fritas, comum nos restaurantes norte-americanos.

Os países em desenvolvimento, como o Brasil, não ficam de fora. Segundo a professora da Universidade de Minnesota, os países emergentes representam os mercados mais promissores para as indústrias de refrigerantes, por exemplo, cujas vendas se encontram estabilizadas nos países mais ricos.

Os governos também têm a sua parte de culpa. As políticas públicas teriam muito ainda a avançar. Uma ideia é sobretaxar alimentos menos saudáveis e estimular o consumo de vegetais. “Se o governo estipulasse um imposto de US$ 0,01 para cada onça (28,3 gramas) de refrigerante vendido, só na cidade de Nova York seriam arrecadados US$ 1,2 bilhão por ano”, disse.

A pesquisadora também coloca parte da responsabilidade nos próprios consumidores. Segundo ela, cada um teria que ter um compromisso com a sua saúde, não só procurando melhorar a qualidade e adequar a quantidade dos alimentos consumidos como também criar hábitos de fazer exercícios físicos.

“Precisamos dar cerca de 10 mil passos por dia. Parece muito, mas não é”, disse. Pelos mesmos motivos, as comunidades também são culpadas pelo sobrepeso de seus integrantes. Bairros, clubes, igrejas e outras associações deveriam estimular a prática de exercícios físicos de modo a auxiliar na criação de uma cultura saudável.

Os resultados das pesquisas feitas pela cientista também sugerem outras soluções, como fazer campanhas focadas nas crianças, que têm alto grau de influência sobre os pais.

Mary também propõe a rotulagem de alimentos explicitando a sua caloria e composição nutricional (o que já ocorre no Brasil) e a proibição das máquinas automáticas de guloseimas, que são mais comuns nos Estados Unidos. Para ela, essas máquinas deveriam vender somente água mineral, um produto cujo consumo, segundo ela, deveria ser mais incentivado de maneira geral.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

A-PONTE

A PONTE

(...) Mas como é que faz pra sair da ilha?
Pela ponte, pela ponte

A ponte não é de concreto, não é de ferro
Não é de cimento
A ponte é até onde vai o meu pensamento
A ponte não é para ir nem pra voltar
A ponte é somente pra atravessar
Caminhar sobre as águas desse momento

A ponte nem tem que sair do lugar
Aponte pra onde quiser
A ponte é o abraço do braço do mar
Com a mão da maré
A ponte não é para ir nem pra voltar
A ponte é somente pra atravessar
Caminhar sobre as águas desse momento (...)

(Lenine e Lula Queiroga)

Pois é, muitas e muitas vezes, sem nem percebermos, algum ponto do nosso existir se torna uma ilha. Pensamentos se tornam rígidos e descrentes, sentimentos desesperados ou impotentes. Ficamos isolados da experiência, enxergando a ilha como se ela fosse o mundo todo. E parece realmente não haver saída.

Tomemos o exemplo extremo da anoréxica, que parece estar desligada da sensibilidade para o olhar do outro em seu aspecto determinante, na medida em que tem um conjunto de crenças acerca de peso, alimentação e valor pessoal que se mantém como que independentemente daquilo que se diga a ela (independentemente do olhar do outro). É um ciclo do qual ela não sai. Interpreta o julgamento dos outros sempre a partir do seu prisma particular de desvalorização e de obsessão com o peso. Parece que constrói um modelo de relação consigo própria e com o outro que pode até ter vindo de fora, inicialmente - quando alguém a chamou de gorda, ou quando ficou sabendo do peso da Gisele Bündchen (como foi o caso de uma paciente minha) - mas que logo se desvincula do fator precipitante e parece ganhar vida própria.

No modelo cognitivo-comportamental dos transtornos alimentares encontramos o que parece ser uma das explicações possíveis: o conjunto de crenças (por exemplo, o valor pessoal ligado quase que exclusivamente à forma do corpo; a idéia de que as pessoas magras são fortes e bem sucedidas) é perpetuado por várias tendências disfuncionais de raciocínio. Uma tendência freqüentemente encontrada nas pacientes é a de atentar seletivamente para as informações que confirmam suas crenças, ignorando ou distorcendo as que se contrapõem a elas. Tal tendência é uma das responsáveis pela manutenção do sistema de crenças, uma vez que os dados que poderiam questioná-las são desconsiderados. Esta situação pode ser agravada pelo fato de que, à medida que o transtorno alimentar se desenvolve, a paciente pode se tornar progressivamente isolada do convívio social, exposta apenas aos seus pensamentos disfuncionais.

A anoréxica sofre de uma vergonha proveniente não do olhar real dos outros, mas de um olhar específico e negativo projetado nestes outros por ela mesma. E a anoréxica vive, além da vergonha, a desconfiança. Uma paciente uma vez me disse que, depois de um certo contentamento, sentia ódio, desespero e uma forte cobrança quando, na época inicial de seu emagrecimento, alguém lhe dizia que ela estava magra, ou bonita. Pensava: “ele só pode estar mentindo, será que ninguém vê que não adianta, porque eu vejo que não é verdade. Preciso emagrecer, urgente”. Isso nos faz pensar em uma verdade ainda maior, que ultrapassa a questão da anorexia: não dá pra convencer alguém de que se realmente gosta dele, se a pessoa não se gosta. E é muito difícil romper com esse mecanismo. Talvez seja interessante pensar que, num mundo em que temos que conviver com o outro que nos olha, um sinal de saúde mental seria interpretar o olhar do outro de forma realista. Definitivamente, não é o caso da anoréxica.

Seria, então, o nosso caso?

Apesar de serem padrões de pensamento típicos de pessoas com transtornos alimentares, muitas de nós apresentamos diversos raciocínios distorcidos, que interferem na importância que o corpo toma em nossas vidas. Por exemplo, quantas de nós não acreditamos que nossos problemas se devem à nossa aparência, o que reforça a crença de que uma dieta seria a solução? Imagino o valor que acaba tendo o corpo, já que nele está depositada a razão da infelicidade e frustração! Quantas de nós, muitas vezes, não fazemos interpretações egocêntricas de eventos impessoais, sentindo-nos, por exemplo, olhadas na rua por estarmos gordas ou vigiadas em tudo aquilo que comemos? Lê-se nessas interpretações: “sou percebida naquilo que tenho de pior, de mais vergonhoso”. Uma paciente uma vez colocou que a sensação de estar sendo olhada é tão forte, que às vezes vem mesmo quando ela está sozinha.

Quantas de nós não temos uma tendência a raciocinar em termos absolutos e extremos, e aí qualquer falha – comer algo que consideramos engordativo, por exemplo – é interpretada como total fracasso e perda de controle. Ou conseguimos o nosso intuito – um total controle de nossa fome e do nosso corpo – ou somos uma pessoa sem valor algum.

Muitas vezes há, também, uma valorização dos fracassos e desvalorização dos sucessos. Nossas conquistas são sempre insuficientes. Perceber a si como inadequado em domínios valorizados é traduzido em baixa auto-estima global e parece deixar o Eu “desprotegido” contra eventos estressantes.

Enfim... qual a nossa ilha pessoal?

Em que pensamentos, em que crenças disfuncionais estaríamos isolados?

Qual seria a nossa ponte para o continente?

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

AÇÃO: A PALAVRA MÁGICA DO DIA

Hoje vamos falar de como fugir do que chamo de pensamento invertido, atitude que atrapalha demais um processo de emagrecimento. O que seria isso? Geralmente acreditamos, erroneamente, que o estado de ânimo deve mudar antes que mudemos nosso comportamento. Pensamos, por exemplo: “quando me sentir melhor em relação a mim mesmo, então começarei a fazer algo por mim.” Não dá pra ser assim! Na verdade, devemos inverter o raciocínio:

QUANDO EU MUDAR MEU COMPORTAMENTO, ME SENTIREI MELHOR COMIGO MESMO.

OU SEJA:

OS ESTADOS DE ÂNIMO SÃO RESULTADO DAS NOSSAS AÇÕES.

QUANDO AGIMOS POSITIVAMENTE, REAGIMOS POSITIVAMENTE.

Antes de mais nada, isso significa perguntar-se "como", em vez de "por que". Ou seja, em vez ficar tentando encontrar um porquê para estar na situação em que está, olhe para frente e tente enxergar possíveis saídas. De que adianta ficar se questionando por que se é gordo e sei-lá-quem não é?
"Como" nos dirige ao processo de resolução de problemas, à ação, nos faz buscar alternativas e ter uma atitude proativa.

"Por que" nos deixa paralisados, sozinhos e num beco sem saída!

Depois, é fundamental saber que o autocontrole é uma habilidade que pode ser treinada, não é uma entidade com a qual nascemos com ou sem. Por isso é que temos que ter cuidado quando nos taxamos de pessoas sem força de vontade. Isso é dar uma explicação que faz do problema um problema imutável: "nascemos assim, ué...". Porém, o autocontrole (ou seja, a capacidade de atingir as metas que estabelecemos para nós mesmos) é construído, aprendido. Precisamos agir para que isso seja possível! Um primeiro passo para o autocontrole implica empenhar-se no autoconhecimento, no conhecimento do próprio comportamento alimentar. O que o influencia? Quais as dificuldades que temos, quais os recursos positivos em nosso repertório comportamental? Quais os fatores que me fazem comer sem fome? Desenvolverei melhor esta questão em outro post.

Se você se sente muito estressado com o emagrecimento, de mãos atadas, impotente, provavelmente entrou numa espiral negativa em que as questões não solucionadas causam desprazer, e o desprazer leva à desmotivação. Como sair dessa espiral? Devemos colocar mais criatividade em nossas vidas. Pessoas que o fazem encontram mais prazer em suas atividades. O prazer, por sua vez, é altamente motivador. Aí está a espiral positiva: criatividade, prazer e motivação!

Mas como conseguir ser criativo?

Quando estamos tão "mergulhados" numa questão como preocupação com o peso, raiva do próprio corpo, obsessão com dietas, o melhor, por mais contraditório que pareça, é fazer um esforço consciente para desviar a atenção para outras coisas, especificamente coisas que te fazem bem, te relaxam, te deixam feliz. Em vez de ficar concentrado na questão, abra seu foco de visão para tudo que envolve o problema. Procure perceber todas as implicações que ele tem e analisá-lo por vários ângulos. Você sai do caos, vê sua extensão e enxerga possíveis saídas.

De nada vai adiantar, neste momento, fazer dietas restritivas e ficar centrado no peso, por exemplo. Quando estamos muito imersos num problema, deixamos de ter uma visão clara e uma ação construtiva. Quanto mais obcecadas, mais comemos, menos autocontrole. É uma regra! Primeira coisa, portanto, é sair do centro do problema, para ganhar perspectiva!

A idéia, portanto, é pensar: o que posso fazer, mesmo que algo pequeno, que me dê prazer? Um cinema, uma atividade artística, seja o que for. Um compromisso comigo mesmo. Um compromisso positivo. Enfim, colocar em prática a palavra mágica do dia: AÇÃO.

domingo, 11 de outubro de 2009

Repensando o conceito de dieta

Quero falar de algo que acho fundamental para que qualquer tratamento para perda de peso seja possível e dê resultados mais duradouros: a POSTURA frente à decisão de emagrecer, as ATITUDES iniciais, que incluem pensamentos, comportamentos e sentimentos.

A primeira coisa a se fazer é repensar o conceito de DIETA.

Abrir mão de ter prazer em comer está tão vinculado à palavra dieta que tem gente que não se sente em dieta se não estiver comendo muito pouco ou apenas coisas que não gosta! Ou seja, só se sente em dieta quando está sofrendo! É comum uma paciente orientada por uma nutricionista competente desconfiar da eficácia da dieta que foi preparada especialmente para ela, com paladar personalizado, justamente por ser apetitosa. “Fazer dieta é ir para a forca”, já ouvi várias vezes. Um suplício.

Sinceramente, quem em sã consciência vai para a forca por vontade própria, e se mantém na forca por um período considerável de tempo? Eu não. Nem ninguém.
Crenças muito comuns são repetidas e incorporadas: “quem quer emagrecer tem que passar fome”, “trancar a boca”, etc., ressaltando o caráter punitivo da restrição alimentar. Talvez por causa do significado moral associado ao peso na nossa sociedade - quem é gordo é visto como moralmente fraco, inferior, inclusive por ele próprio - entrar num processo de perda de peso precisa significar, também, uma expiação do pecado da gula.

As pessoas pensam em dieta, também, na base do tudo ou nada. Ou faço, ou não faço: “se comi um doce, estraguei tudo, não estou mais de dieta, vou relaxar, então, e começar de novo na segunda-feira”. Vêem dieta como um conceito estanque, A DIETA, com letras maiúsculas. Neste ponto de vista, começar uma dieta significa “começar tudo de uma vez”, modificar o que se come, quando se come, com quem se come... manter uma dieta significa manter tudo perfeito sempre. E mais: tudo isso acompanhado de uma hora de atividade aeróbica por dia, todos os dias, “se não, dizem que não adianta”. Honestamente, um processo iniciado com essas idéias por trás dura, no máximo, o tempo de uma empolgação momentânea. Ou seja, está fadado ao fracasso.

É claro que a gente vai precisar fazer mudanças, comer menos de algumas coisas, mais de outras... mas o que temos que ter em mente é que as mudanças são difíceis como qualquer mudança, porque não estamos acostumados aos novos comportamentos. Temos hábitos, e somos muito apegados a eles! Quer dizer, vocês podem pensar: “eu só tenho prazer comendo do jeito que eu como hoje”. Não é bem assim. Até o prazer pode ser aprendido e modificado. É que a gente não se abre para isso, não damos a chance de gostarmos de um outro jeito de comer. Muitas vezes escuto pacientes que fizeram dieta dizendo: “eu até estava gostando da nova forma de me alimentar, estava me sentindo muito bem com os exercícios. Mas aí parei por causa de...”. Ou seja, a dificuldade está na manutenção dos novos comportamentos e atitudes por tempo suficiente para que se tornem hábitos. Não necessariamente no desprazer com a nova relação com o alimento e com a atividade física. Pensem nisso.

Sei que é difícil, mas o tratamento para a perda de peso deve ser encarado como uma ESCOLHA, como uma atitude consciente e não como algo forçado de fora, contra a nossa vontade, “porque somos azarados e nascemos com essa tendência a engordar”, ou “porque somos descontrolados e não temos força de vontade, por isso merecemos ser punidos”.

A decisão por perder peso deve ser encarada como uma perspectiva de mudança, não apenas em termos de dieta alimentar, mas de bem estar, qualidade de vida, de gostar mais de si mesmo.

A dieta...

Se for vista como castigo

Se for vista como necessariamente desprazerosa

Se for vista como obrigação, não como escolha

Se for vista como “tudo ou nada”

Nem adianta começar.

Na verdade,


COMER BEM, DE FORMA SAUDÁVEL, NÃO SIGNIFICA NÃO TER PRAZER EM COMER.

EM VEZ DE DIETA, FALEMOS EM REEDUCAÇÃO ALIMENTAR: UM PROCESSO DE MUDANÇAS GRADATIVAS, PERSISTENTES.

UM PASSO DE CADA VEZ É O SEGREDO DO SUCESSO. COMPROMETER-SE SEMPRE COM ALGO POSSÍVEL, PARA QUE AMANHÃ O NOSSO POSSÍVEL SEJA MUITO MAIOR.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Idosos e sobrepeso

Agência FAPESP
(4/9/2009)

Mais da metade dos idosos no Estado de São Paulo estão com sobrepeso, de acordo com pesquisa feita pela Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo.

O trabalho foi feito entre 2007 e 2008 e avaliou 5.957 pacientes acima dos 60 anos que passaram por atendimento no Sistema Único de Saúde. O resultado apontou que 52% estavam acima do peso considerado ideal. O levantamento apontou também que a obesidade é ainda maior entre as mulheres: 55,9%, contra 44,6% dos homens.

Segundo a Secretaria da Saúde, alguns fatores, como sedentarismo, problemas hormonais e má alimentação, explicam os resultados, mas é preciso ficar alerta. O sobrepeso pode causar problemas como hipertensão, acidente vascular cerebral, infarto, incapacidade de movimentação, diabetes, entre outros problemas.

“São dados preocupantes e que exigem uma atenção redobrada desses idosos. Descuidar da alimentação ou adotar um hábito de vida sedentário colaboraram e muito para a obesidade. É preciso lembrar também que, após os 60 anos, o metabolismo fica cada vez mais lento, o que dificulta a perda de peso”, disse África Isabel Neumann, nutricionista da Divisão de Doenças Cônicas da Secretaria.

Adotar ações simples podem ajudar os idosos a evitar a obesidade. É importante adotar uma alimentação saudável, rica em frutas, verduras e legumes, praticar alguma atividade física, evitar alimentos gordurosos e beber bastante água durante o dia. Medidas como essas ajudam a ter uma vida com mais qualidade e saúde.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Light, Diet e Diabetes

Os alimentos light e diet são alternativas para tornar mais fácil para o diabético montar sua dieta, mas isso não significa que podem ser consumidos em grande quantidade. A alimentação do diabético tem que ser balanceada, não adianta consumir duas vezes mais de um alimento só por ser diet.

A pessoa diabética, além de verificar a ausência de açúcar refinado em um produto, precisa estar atenta ao excesso de carboidratos, que vão aumentar a glicemia; de gorduras, que vão aumentar os triglicerídeos e o colesterol; e de proteínas, que podem influir na função renal. Um chocolate diet (sem açúcar), por exemplo, tem mais gordura que o não-diet, e pode até ser consumido, mas sempre com moderação.

Além do mais, um produto, por ser diet, não é necessariamente liberado para os diabéticos. Ele pode conter açúcar! Podem ter tirado dele apenas o colesterol, por exemplo. Na embalagem, o diabético deve prestar atenção se está escrito que o produto é isento de açúcar. Frisando: é importante que a pessoa com diabetes leia sempre as informações nutricionais dos alimentos consumidos.

Há, também, alguns produtos light que são diet: os refrigerantes light, por exemplo, não contêm açúcar.

Tem alimentos que são diet, que não levam açúcar refinado em sua composição, mas que contêm muita frutose. As geléias dietéticas, por exemplo, principalmente as importadas, se consumidas em grande quantidade têm muitas calorias e podem alterar o nível de gordura no sangue. Podem também aumentar a glicemia do diabético.

Cuidado também deve ser tomado com os pães diet e light, que são feitos com farinha de trigo, que é rica em carboidratos, e termina no açúcar como produto final. Muitos achocolatados diet também são ricos em carboidratos.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Brasileiros consomem mais que o dobro da quantidade diária recomendada de sódio


Em tese, defende a Organização Mundial da Saúde (OMS), o consumo diário de sódio deve se restringir a 2 g, o que equivale a 5 g de sal de cozinha, a mais rica fonte do mineral. Doenças decorrentes da hipertensão arterial, câncer gástrico e osteoporose são três dos problemas de saúde que especialistas têm associado ao elevado consumo de sódio. Entretanto, além de estar em grande quantidade no sal que tempera a comida preparada em casa, o mineral se apresenta em exageradas proporções nos alimentos industrializados – um pacote de biscoito tipo cracker, apenas, já contém 0,6 g, mais de um quarto acima do recomendado.

Pesquisadores da Faculdade de Saúde Pública, da Universidade de São Paulo (USP), ratificaram o que já era de se esperar: “o consumo de sódio no Brasil excede largamente a recomendação máxima para esse nutriente em todas as macrorregiões brasileiras e em todas as classes de renda”, dizem os autores, que fizeram a estimativa dos anos 2002 e 2003. O resultado será publicado na próxima edição da Revista de Saúde Pública.

Para realizar o trabalho, Rafael Moreira Claro e colegas analisaram dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares, feita no país entre julho de 2002 e junho de 2003. Dessa forma, quase 100 mil registros de aquisição de alimentos efetuados por uma amostra probabilística de 48.470 domicílios localizados em 3.984 setores censitários foram estudados.

(...)

“Para o país como um todo, a quantidade de sódio disponível para consumo foi de 4,5 gramas por pessoa por dia, portanto mais de duas vezes superior ao limite máximo de consumo de 2 g. Em nenhuma região brasileira a disponibilidade domiciliar de sódio foi inferior a 4 g”, afirmam.

Quanto à proveniência do sódio disponível para consumo nos lares brasileiros, cerca de 71,5% estão no sal de cozinha, 4,7% nos condimentos à base de sal – como tabletes de caldo –, 15,8% em alimentos processados com adição de sal, 6,6% em alimentos in natura e 1,4% em refeições prontas. Entretanto, os dados podem estar muito homogeneizados, se lembrarmos que produtos industrializados congelados e refrigerantes, ricos em sódio, podem ser consumidos diariamente por pessoas com maior renda.

Por isso, segundo os nutricionistas, a contribuição do sal de cozinha e dos condimentos à base de sal decresceu de forma linear com o aumento da renda, variando de 83,8% no quinto da população de menor renda a 62,5% no quinto de maior renda. “Por outro lado, a contribuição de alimentos processados com adição de sal apresentou relação direta com a renda per capita, aumentando duas e meia vezes do quinto de menor (9,7% do total de sódio) para o quinto de maior renda (25% do total de sódio)”, consideram.

A diretriz número 6 do Guia Alimentar – instrumento para informar profissionais de saúde acerca das orientações que devem ser dadas à população –, elaborada pela Coordenação-Geral da Política de Alimentação e Nutrição (CGPAN), do Ministério da Saúde, entretanto, trata o sódio como sinônimo de sal, colocando o segundo termo entre parênteses após o primeiro. Dessa forma, recomenda a ingestão máxima de 5 g de sal diariamente (equivalente a 2 g de sódio, o limite sugerido), sem considerar, como mostram os dados acima, que o mineral presente não no sal de cozinha, mas em alimentos processados, pode chegar a constituir um quarto da quantidade total consumida.

Fonte: Agência Notisa (science journalism – jornalismo científico)
19/02/2009

Resposta para DeaDea

Lia, como vai? Conheci seu blog hoje e simplesmente adorei, estou divulgando!!!Gostaria de perguntar em relação aos pensamentos sabotadores e coisas relacionadas a compulsão alimentar: que tipo de medidas ou atitudes a gente poderia tomar para evitar aquela sensação de fome desesperadora? Eu, às vezes, acabei de almoçar, ou acabei de jantar, e tenho a sensação de fome ainda, tenho certeza de que não é fome real, mas a sensação está lá... e daí vem os sentimentos e pensamentos sabotadores e daí desanda tudo. Um grande xero de uma fã nordestina! DeaDea

DeaDea,

antes de mais nada, que bom que gostou do blog!

Sobre a tua questão: primeiro de tudo você precisa identificar em que momentos você sente essa "fome desesperadora", e quais os pensamentos sabotadores que vêm junto a ela. Você falou da fome depois do almoço ou do jantar. Você tem prestado atenção na comida, enquanto come? Pois isso ajuda muito o controle, e sua falta de saciedade pode ter a ver com isso. "Estar presente" no momento da alimentação é fundamental, ou seja, nada de ficar estressada pensando no que precisa fazer depois, etc. Outra coisa: o que você tem comido nas refeições? Será que é muito pouco?

Quanto aos pensamentos sabotadores, você consegue identificá-los? Geralmente eles são do tipo que "minam" a nossa persistência. Tente, após escrever quais são, questioná-los em sua veracidade, avaliar que comportamentos que você acaba tendo por causa deles e que comportamentos alternativos, e mais proativos, você poderia ter em seu lugar.

Espero ter ajudado!

Beijão,

Lia

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Efeito Sanfona: resposta para Taty

Tenho 35 anos e há 15 sofro do "efeito sanfona", engordo 20 quilos num mês, mas também consigo emagecer 20 no próximo mês, algo estranho, pois as pessoas podem me ver enorme hoje e dentro de 40 dias magérrima, enfim, não consigo manter o peso. Gostaria de dicas para a manutenção , será que posso comer só nos finais de semana e o que eu quiser? Como alguém pode manter o peso sem sofrer tanto? beijo, taty

Querida Taty,

infelizmente, para pessoas com problemas de sobrepeso ou obesidade, o reganho de peso após esforço para perdê-lo é regra, e não exceção! Ou seja, é muito mais comum do que gostaríamos que as pessoas com excesso de peso que se esforçam para emagrecer entrem no famoso "efeito sanfona".

Pior: esse ciclo de variação de peso, quando severo (ou seja, quando se perde-ganha mais de 10 kg, por mais de 3 vezes), está associado a um reganho de peso de mais de duas vezes o ganho de peso de quem não tem histórico de efeito-sanfona! Isso nos diz que perder peso e não manter é pior do que não perder, porque quanto mais perdemos e depois recuperamos o peso, aumentamos as chances de engordar mais ainda, e piores as consequências para a saúde em geral.

E agora???

Na verdade, como profissional da saúde que lida com esses problemas, acredito que planejar a manutenção do peso é fundamental desde o início do programa de emagrecimento. Não se deve iniciar uma dieta se os métodos e programas utilizados não levem em conta desde o início a questão da prevenção do reganho, e se estes não tiverem maior probabilidade, comprovada, de sucesso em longo prazo.

Portanto, acho que precisamos olhar com bastante cuidado o seu caso. Em primeiro lugar, ganhar ou perder 20 kg em um mês é realmente muito, e isso precisa de investigação. Não só o ganhar me preocupa, mas o perder tanto e tão rápido também!

Para ganhar esses 20kg em um mês, questiono-me: como é a sua alimentação? Você come demais, o tempo todo? Você tem compulsão alimentar? Tem estado estressada e comer é uma forma de alívio? O ambiente onde você vive, ou trabalha, favorece que coma muito? Enfim... Faria uma avaliação cuidadosa e detalhada dos seus hábitos alimentares e de vida.

Para perder esses 20kg em um mês, questiono-me: você fica muito tempo sem comer? Você deixa de comer alguns tipos de alimento? Você se engaja em regras muito rígidas e que não levam em conta suas necessidades e seu perfil?

Você percebeu que nunca mantém? Ou está perdendo, ou está ganhando! Provavelmente, os comportamentos e atitudes de cada uma dessas fases acaba por reforçar ou manter a outra. Isso é ruim. A sua dieta não é adequada para você, e não envolve planejamento em longo prazo.

Na minha opinião, você deve ir a uma nutricionista que vai te orientar em relação a uma dieta equilibrada. Tal dieta deve ser adequada ao teu perfil. Aquela que você segue, com certeza, não o é. Você pode também procurar um psicólogo especialista em comportamento alimentar, motivação e mudanças no estilo de vida. Ele pode te ajudar a criar um método personalizado para lidar com suas dificuldades e a prevenir que a perda de peso se transforme no prenúncio de uma nova engorda.

Enfim, você precisa de ajuda para reavaliar e reprogramar suas atitudes alimentares! Só assim poderá emagrecer - e manter - com menos sofrimento, de forma mais saudável.

Para começar, faça um diário alimentar. Se quiser, posso analisá-lo com você, OK? E leia os primeiros posts deste blog. Acho que podem ajudar.

Quanto a "comer só nos fins de semana, e o que quiser", não acho legal. Prometo entrar neste assunto num próximo post, OK?

Espero ter ajudado.

Beijo,

Lia

sábado, 15 de agosto de 2009

DIET, LIGHT, ZERO

O alimento diet é formulado com modificações especiais para se adequar a diferentes dietas ou indivíduos com necessidades metabólicas específicas. Nessa categoria estão os alimentos com restrição e/ou isenção de nutrientes (carboidratos, proteínas, gorduras e sódio), alimentos para controle do peso e, especificamente, alimentos para dietas de ingestão controlada de açúcares, como por exemplo, dietas para portadores de diabetes.

O termo light indica diferenças na composição de um produto em comparação a um produto tradicional. Um alimento é considerado light quando apresenta redução mínima de 25% das calorias ou de algum nutriente em relação ao original, como por exemplo, gordura. Alguns pães são considerados light pelo seu teor reduzido de gorduras e não, necessariamente, de calorias.

Já o zero foi o último a integrar os termos empregados em embalagens de alimentos. O nome zero indica que o alimento apresenta restrição ou isenção de algum nutriente em comparação com a versão tradicional. Se a isenção for de açúcares, o produto ainda deve apresentar valor calórico reduzido. Um caso de alimento zero são os refrigerantes, que são isentos de açúcar e possuem muito menos calorias em comparação ao produto original.

(Fonte: HCor)

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Estresse e ganho de peso


Estresse pode engordar, segundo um estudo publicado na edição de 15 de julho do American Journal of Epidemiology. Foram estudados 1355 homens e mulheres, numa amostra significativa da população americana, durante 9 anos.

O autor, Jason Block (Harvard), procurou relações entre o ganho de peso e diversos tipos de estresse - estresse relacionado ao trabalho, dificuldade em pagar as contas, relações familiares complicadas, depressão ou transtornos ansiosos.

De acordo com o estudo, entitulado Psychosocial Stress and Change in Weight Among U.S. Adults, a medida da circunferência abdominal das mulheres é afetada por mais tipos de estresse. Ou seja, além do ganho de peso associado a problemas financeiros ou no trabalho, nas mulheres há também o ganho de peso vinculado a conflitos familiares e ao sentimento de limitação dado pelas circunstâncias da vida.

Nos homens, não houve correlação entre ganho de peso e problemas familiares ou sentimentos de restrição causado por situações da vida. A falta de poder de decisão no trabalho, de aprender novas habilidades e de colocar em prática tarefas interessantes é que estão ligados ao ganho de peso.

De uma forma geral, o estudo mostrou que as pessoas que relataram estar mais estressadas engordavam mais, se já tivessem um IMC elevado. O mesmo padrão de ganho de peso não foi encontrado em pessoas mais magras, mesmo quando lidando com o mesmo tipo de estresse.

Quando lidam com períodos de estresse, os indivíduos podem modificar seus hábitos alimentares, o que pode ocasionar ganho de peso. O ganho de peso induzido pelo estresse é influenciado pelo gênero, por quais tipos de comida a pessoa escolhe quando muda seu comportamento alimentar e pelo fato de a pessoa já se encontrar com sobrepeso ou obesidade. Esses fatores podem fazer com que algumas pessoas engordem mais que outras, ou até emagreçam, sob situações estressantes.

O controle do estresse é muito importante nos programas para perda de peso. No local de trabalho, por exemplo, escalas de horários mais flexíveis e exercícios podem ajudar.

terça-feira, 30 de junho de 2009

Crianças com doenças de adultos


Uma pesquisa realizada pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) com 1.937 crianças e adolescentes entre 2 e 19 anos mostrou que 44% dos entrevistados tinham níveis alterados de colesterol. Por isso, eles são mais propensos a ter problemas cardiovasculares. Além disso, poderão se tornar adultos obesos e com sérios problemas de saúde, caso não passem por tratamentos.

“Estes problemas se dão por questões genéticas, má alimentação e sedentarismo. As crianças de hoje têm diferentes hábitos de vida. Elas quase não brincam nas ruas e passam longas horas nos computadores. Comidas gordurosas, como as frituras, ocupam mais espaço no cardápio do que verduras e frutas. Estes hábitos, somados a fatores de risco, influenciam na proliferação de doenças cardiovasculares. Elas geralmente têm início na infância, mas costumam se manifestar depois dos 40 anos”, explica Hermes Xavier, cardiologista coordenador da Campanha do Colesterol.

De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia, a hipertensão está presente em até 8% dos jovens, o colesterol atinge cerca de 35% e o tabagismo 34%, das crianças em dez capitais brasileiras. Enquanto isso, 10% das pessoas até 15 anos são obesas, sendo a maioria na região sudeste do país.


(trechos retirados de)
CYBER DIET
Helena Dias
Agência MBPress

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Brasil Tem Mais de 40% dos Adultos Acima do Peso

ABESO
Por Flavia Garcia Reis
04 de abril de 2008

Dados do relatório do Vigitel 2007 (Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico) mostram que a população brasileira continua pouco preocupada com a alimentação saudável. Apenas 17,7% ingerem as cinco porções diárias de frutas e hortaliças, conforme recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e, ainda, 32,8% se alimentam freqüentemente de carnes com excesso de gordura. Contudo, 43% dos brasileiros estão com o IMC (Índice de Massa Corporal) acima de 25, sendo que isto é mais freqüente em homens que em mulheres.

O sistema traça o perfil dos brasileiros com mais de 18 anos, em relação aos seus cuidados com a saúde. Nesta edição foram entrevistadas, por telefone, 54 mil pessoas, sendo, no mínimo, 2 mil de cada capital brasileira. As informações foram coletadas entre julho e dezembro de 2007 e a pesquisa incluía questões sobre: tabagismo, consumo de bebidas alcoólicas, obesidade, ingestão de frutas, verduras e hortaliças, atividade física, proteção contra raios ultra-violetas, auto-avaliação sobre o estado de saúde, hipertensão, diabetes e prevenção do câncer.

A coordenadora do Vigitel, Deborah Carvalho Malta, afirma que com este estudo, realizado desde 2006, é possível construir parâmetros para o monitoramento dos fatores de risco das doenças crônicas não transmissíveis. “A idéia é que os dados coletados orientem as políticas públicas de promoção à saúde e prevenção destas doenças”, completou. O Vigitel é realizado por uma parceria do Ministério da Saúde com o Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo.

Dentre os resultados do “Mapa da Saúde do Brasileiro”, como é chamado o relatório do Vigitel, o percentual de homens obesos no país cresceu de 11,4% (em 2006) para 12,9% (em 2007). Em contrapartida, o consumo de carnes com gordura diminuiu quase 7%. As mulheres se mostraram mais preocupadas com a sua saúde: enquanto 42,7% dos homens comem habitualmente esses alimentos, apenas 24,3% das mulheres declararam ter este hábito.

Abaixo seguem outras porcentagens divulgadas neste relatório.

Atividades Físicas - Apesar de grande parte dos maiores de 18 anos afirmarem praticar atividade física, 29% disseram não fazer sequer uma caminhada. Entretanto, a porcentagem de pessoas que praticam atividades físicas nos seus horários livres aumentou de 14,9% para 15,5%.

Tabagismo – 20,9% dos homens são fumantes, enquanto 12,6% das mulheres têm este hábito. O percentual geral subiu 0,2% no último ano e a coordenadora Deborah Malta sugere que, para reduzir estes índices, seja aumentado o preço do cigarro. A cidade brasileira com maior número de fumantes é Porto Alegre, com 21,6% de sua população.

Consumo de Álcool – O percentual de ingestão de bebidas alcoólicas também aumentou. Subiu de 16,1% para 17,5%. A pesquisa considera como consumo abusivo o limite de cinco doses para homens e quatro para as mulheres. O Vigitel questionou também sobre o consumo de álcool seguido de direção de veículos e constatou que 2% da população afirmaram dirigir depois de beber.

Refrigerantes – 26,7% dos adultos brasileiros afirmaram tomar refrigerantes cinco ou mais vezes por semana, sendo mais freqüente o consumo pelos homens. Outro dado importante: quanto maior a escolaridade, menor o consumo destas bebidas

terça-feira, 16 de junho de 2009

Não beliscarás do prato alheio...

Durante um almoço de domingo com amigos - como não poderia deixar de ser, nem o almoço, muito menos os amigos! - surgiu o papo: falava-se da relação de algumas pessoas com a comida, no que diz respeito à disposição de dividir, ou dar um pouco do seu "bocado" para o outro. E na mania de beliscar do prato do outro.

Quantos tipos de pessoas podemos achar, olhando por este viés!

Há quem não suporta que belisquem do seu prato, e deixa isso bem claro.

Há quem não gosta muito, e diz delicadamente.

Há quem não gosta muito e não diz nada, por educação.

Há quem não está nem aí.

Há quem oferece do seu prato e só fica feliz quando o outro aceita provar.

Há quem não pede um prato para si e depois fica beliscando do prato dos outros.

Há quem come o seu e depois ataca o pratos dos outros.

Há quem não se sente bem beliscando do prato dos outros.

Há quem não se importaria, mas não tem vontade.

Enfim...

Daria pra escrever um conto a respeito! Ainda vou postar algo por aqui...

Fui brincar no Google com o tema, e achei isso:

terça-feira, 28 de abril de 2009

Memória saborosa


28/4/2009


Agência FAPESP – Aquela sobremesa deliciosa do jantar de ontem à noite continua provocando forte lembrança? Um prato especialmente saboroso, apesar de ter sido consumido há alguns dias, ainda provoca água na boca?

Não há motivo de culpa. Tais eventos não são exemplos de gulodice, mas da formação natural da memória, segundo um estudo que será publicado esta semana no site e em breve na edição impressa da revista Proceedings of the National Academy of Sciences.

O estudo, feito por cientistas dos Estados Unidos e da Itália, indica que a ingestão de alimentos ricos em gordura estimula a formação de memórias de longo prazo, aquela que não desaparece rapidamente.

O estudo se soma a trabalho recente do mesmo grupo que havia apontado a relação entre gordura ingerida e controle do apetite e tem implicação importante no desenvolvimento de tratamentos para obesidade e outros distúrbios alimentares.

Os pesquisadores haviam identificado que os ácidos oleicos, obtidos a partir da hidrólise da gordura animal e de certos óleos vegetais, são transformados no intestino delgado em uma molécula chamada de oleoletanolamina (OEA).

A OEA envia mensagens de saciedade ao cérebro e, em níveis elevados, pode reduzir o apetite e promover a perda de peso e a diminuição de níveis de triglicérides e de colesterol.

Liderados por Daniele Piomelli, do Instituto Italiano de Tecnologia e da Universidade da Califórnia em Irvine (UCI), e por James McGaugh, da UCI, um dos principais especialistas em memória no mundo, os cientistas descobriram que o OEA também causa a consolidação da memória, processo por meio do qual memórias superficiais, de curto prazo, são transformadas em memórias de logo prazo, que podem ser “armazenadas”.

A consolidação é feita por meio da ativação de sinais de estímulo na amígdala, a parte do cérebro envolvida na consolidação de memórias e eventos emocionais.

Em testes com roedores, os pesquisadores observaram que a administração de oleoletanolamina levou à melhoria na retenção da memória. Quando receptores celulares ativados pelo OEA foram bloqueados, os efeitos da retenção da memória diminuíram.

“O composto oleoletanolamina é parte da ‘cola molecular’ que faz com que as memórias grudem. Por ajudar a lembrar onde e quando foi feita uma refeição gordurosa, a atividade de estímulo da memória do OEA parece ter sido uma importante ferramente evolucionária para o homem e outros mamíferos”, disse Piomelli.

Gorduras são importante para a saúde geral, ajudando na absorção de vitaminas e na proteção de órgãos vitais. Apesar de a dieta do homem atualmente ser rica em gorduras, o mesmo não ocorreu com os primeiros humanos. Na natureza, alimentos ricos em gordura são raros.

“Lembrar da localização e do contexto de uma refeição cheia de gordura foi, provavelmente, um importante mecanismo de sobrevivência para os primeiros humanos. Faz sentido que os mamíferos tenham essa capacidade”, disse o cientista italiano.

Apesar disso, segundo Piomelli, tamanha ajuda para a memória talvez não seja tão benéfica atualmente. Enquanto o oleoletanolamina contribui para a sensação de saciedade após uma refeição, ele pode também estimular a vontade de ingerir novamente alimentos ricos em gordura, que, quando consumidos em excesso, podem causar obesidade.

Drogas que simulam os efeitos do oleoletanolamina já estão sendo usadas em estudos clínicos para controle da triglicéride. O grupo do estudo agora divulgado pretende investigar se tais compostos podem melhorar a consolidação da memória em pessoas com deficiência nesse processo.

O artigo Fat-induced satiety factor oleoylethanolamide enhances memory consolidation, de Daniele Piomelli e outros, poderá ser lido em breve por assinantes da Pnas em http://www.pnas.org/.

terça-feira, 7 de abril de 2009

sábado, 4 de abril de 2009

Compulsão alimentar - parte 2

Pesar-se: talvez seja interessante o intervalo semanal entre pesagens durante a perda de peso, e o intervalo diário durante a fase de manutenção. Acho que, também, subir na balança uma vez por mês no consultório do médico ou do nutricionista é bastante útil para manter a adesão ao tratamento. (post de 25.09.08)

Fazer um diário alimentar:
- muito do que comemos, o fazemos sem perceber, e a tendência é subestimar a quantidade ingerida. O diário nos permite visualizar e tomar consciência dos muitos comportamentos e situações envolvidos com nossa alimentação diária. Nosso padrão alimentar, de consumo, e as atitudes frente à fome ou desejo de comer.
- fica mais fácil de planejar formas eficazes de lidar com cada uma das questões que possam atrapalhar o nosso esforço e elaborar um plano alimentar mais adequado ao nosso estilo.
- o simples fato de registrar nossa alimentação já faz com que nos controlemos melhor.
(posts de 14.07.08 e 02.11.08)

Prazer em comer: você se permite ter prazer ao comer? Seus sentidos são engajados em cada refeição, ou você come sem nem perceber? Você come alimentos gostosos, que fazem com que você se sinta bem com seu corpo? Na hora mesmo em que come e também depois? (posts de 23.08.08 e 22.09.08)

Armadilhas que nos fazem comer mais, sem perceber:
- comprar embalagens grandes.
- comer rápido, para acompanhar o ritmo das outras pessoas à mesa.
- enganar-se com o texto escrito nas embalagens: comemos mais, sem culpa, a versão light das coisas!
- em restaurantes, ser seduzido pelo prato mais suculento do cardápio: a forma com que o prato é descrito no cardápio interfere na vontade de comer!
- comer enquanto se faz outra atividade.
- usar pratos e copos para medir com que quantidade se ficará saciado: ou seja, cuidado com o tamanho dos pratos e taças; eles, na nossa cabeça, são considerados igual ao tamanho de uma porção, quando na verdade são correspondentes a várias.
- manter guloseimas à vista no escritório ou na sala de casa.
(post de 19.07.08)

Dicas úteis:
(algumas repetidas por aqui, mas ler de novo nunca é demais!)

1. Mantenha um diário alimentar.
2. Preste atenção na comida.
3. Identifique os desencadeadores ("gatilhos") da alimentação.
4. Não faça nada diferente enquanto come (ver tv ou ler jornal, por exemplo).
5. Alimente-se no local adequado, sentado - não coma em pé ou andando.
6. Pouse os talheres entre os bocados e mastigue devagar os alimentos.
7. Use uma lista durante as compras e não faça compras em jejum ou com fome.
8. Mantenha alimentos saudáveis à vista e alimentos problemáticos fora da visão.
9. Não tenha alimentos "perigosos" em casa (aqueles que você sabe que vai comer sem controle).
10. Não coloque as travessas da mesa durante a refeição.
11. Nas refeições, coma salada em primeiro lugar.
12. Prepare-se com antecedência para eventos especiais e situações que podem colocar seu emagrecimento em risco. Por exemplo, faça um lanche em casa antes de ir a uma festa.
13. Cuidado com o tamanho das porções! Tenha o hábito de dividir com alguém ou servir-se menos.
14. Cuide de si de uma forma global. Faça algo que goste e que faça bem, por exemplo.
15. Estabeleça objetivos realistas. Divida o objetivo maior em pequenos passos.
16. Concentre-se em seu comportamento, e não no peso. Não despreze os ganhos se não se refletirem no peso. Isso é esperado em algumas fases da dieta.
17. Cuidado com o pensamento "tudo-ou-nada": ou estou de dieta (entende-se: fazendo tudo certo) , ou não estou (entende-se: fazendo tudo errado). A reeducação alimentar é um processo que implica errar e aprender com os erros.
18. Diferenciar entre fome e compulsão ou "gula".
19. Um parceiro, companheiro ou amigo pode auxiliá-lo incentivando atividades, acompanhando-o durante as compras e exercitando-se junto.
20. Converse com a família para que eles apóiem e auxiliem no seu tratamento, evitando insistir no preparo de alimentos inadequados e não ignorando suas atitudes e esforços.
21. Procure alimentos com baixo teor de gordura ou sem gordura - leite desnatado, etc.
22. Lembre-se que um alimento que não contém açúcar pode conter muita gordura: preste atenção no rótulo.
23. Descubra formas de ter prazer na nova alimentação.
24. Torne a dieta pobre em calorias apetitosa (use ervas, temperos diferentes).
25. Procure aumentar a quantidade de fibras na dieta (coma frutas com bagaço e verduras, e alimentos integrais).
26. Procure realizar uma atividade nos horários de maior vontade de beliscar : caminhar, ir ao shopping, sair com o cachorro.
27. Quando der vontade de comer doces procurar os caseiros, sem creme de leite, leite condensado e chocolate.
28. Ingerir pelo menos 2L de líquidos por dia.
29. Inicie os exercícios sempre de maneira gradual - não dispense a fase de alongamento, aquecimento...
30. Mantenha um diário de exercícios.
31. Aumente a atividade no seu dia-a-dia, caminhando e dispensando o carro sempre que possível.
32. Aumente a atividade no seu dia-a-dia, optando por fazer você mesmo algumas atividades domésticas como lavar o carro e jardinagem.
33. Comer de 3 em 3 horas, mais ou menos. Nunca pular refeições!
(post de 16.07.08)

terça-feira, 31 de março de 2009

Compulsão alimentar: parte 1

Deadea, manu, e todos os outros que querem saber mais sobre controle do impulso para comer... resolvi fazer um resumão de vários posts do blog que falam sobre o assunto, para que tiremos algumas conclusões e dicas do que fazer.

Aqui vai a primeira parte das dicas:


Dormir bem: a privação de sono parece aumentar não somente o apetite, como também a preferência por alimentos mais calóricos (post de 15/01/09).

Usar técnicas de controle do estresse:
- as pessoas que sofrem de estresse têm mais chances de sentir desejos mais intensos que possam satisfazer de forma compulsiva, como comer.
- pesquisas científicas demonstram que o estresse aumenta a quantidade de glicorticóide, provocando fome e estimulando a produção de insulina, que induz a mais apetite.
- quanto mais estresse, maior a secreção de adrenalina, que ao ser metabolizada, se transforma em outro hormônio ativo, responsável pelo estoque de gordura. Ou seja, além de elevar o ganho de peso e aumentar a fome, o estresse também provoca o crescimento da célula gordurosa.
(posts de 26 e 27/01/09)

Identificar e combater os pensamentos sabotadores automáticos: a cada pensamento sabotador identificado, temos que tirar da manga uma resposta mais funcional e adaptativa. E repeti-la a cada situação, com persistência, pensando sempre nos motivos que se tem para perder peso.(posts de 22/01/09 e 27/06/08).

Comer com calma: há várias razões pelas quais comer rapidamente pode contribuir para a obesidade. Este hábito pode interferir no sistema de sinalização que diz ao cérebro para parar de comer porque o seu estômago está cheio. Se você come rapidamente, você está enchendo o seu estômago antes que essa sinalização ocorra (post de 03/12/08).

Planejar refeições com antecedência sempre que possível: com a falta de tempo, com a correria, com o cansaço, acabamos por preferir alimentos práticos e de rápido preparo, geralmente industrializados e de alto valor calórico. Onde vou comer hoje, que ofereça algo não muito calórico? O que posso deixar semi-pronto e saudável, em casa? (post de 25/11/08).

quarta-feira, 18 de março de 2009

IMC alto e mortalidade


Uma análise de 57 estudos feitos na Europa e Estados Unidos com quase 900 mil pessoas revelou que um índice de massa corporal (IMC) alto leva a um aumento nas taxas de mortalidade.

O trabalho considerou o IMC ideal entre 22,5 e 25 kg/m² – o coeficiente é calculado ao se dividir o peso (em quilos) pela altura ao quadrado (em metro). Segundo o estudo, acima do valor máximo ideal,cada 5 kg/m² extra resulta em um aumento de cerca de um terço na mortalidade geral.

A pesquisa, coordenada por Richard Peto e Gary Whitlock, da Colaboração de Estudos Prospectivos da Universidade de Oxford, no Reino Unido, foi publicada nesta quarta-feira (18/3) no site e sairá em breve na edição impressa da revista médica The Lancet.

Entre as conclusões está que a obesidade moderada, ou sobrepeso (IMC entre 30 e 35), é bastante comum estatisticamente, mas tem apenas um terço do efeito do hábito de fumar na mortalidade. Enquanto isso, a obesidade severa (IMC de 40 a 50), apesar de mais rara, tem efeito semelhante ao cigarro na mortalidade.

Os pesquisadores analisaram a relação entre IMC e o risco de morte por conta de diversos problemas de saúde. A idade média dos envolvidos ficou em 46 anos, com homens representando 61% do total.

Nos dois sexos, a mortalidade se mostrou menor no IMC considerado ideal. Cada 5 kg/m² adicional representou um aumento de: 40% na mortalidade por doenças do coração, derrame e outros problemas vasculares; 60% a 120% para diabetes e doenças no fígado e rins; 10%em relação ao câncer; e 20% de aumento para indivíduos com doenças pulmonares.

A obesidade moderada reduziu a expectativa de vida entre dois e quatro anos. A diminuição foi de oito a dez anos para casos de obesidade severa ou mórbida.

Foi observado também um aumento na mortalidade em indivíduos com IMC abaixo do considerado ideal, mas os cientistas destacam que será preciso novo estudo para entender melhor tal relação, que não foi o objetivo da presente pesquisa.

“A conclusão é simples: excesso de peso diminui a expectativa de vida.Em países como a Inglaterra e os Estados Unidos, pesar um terço a mais do que o ideal diminui a expectativa média de vida em três anos”,disse Whitlock.

“Para a maioria das pessoas, esse um terço significa carregar de 20 a 30 quilos a mais de excesso de peso. É mais fácil evitar o ganho de peso do que perdê-lo depois que o excesso já está presente. Evitar atingir um IMC de 32 kg/m² pode representar alguns anos a mais de vida”, disse.

O artigo Body-mass index and cause-specific mortality in 900000 adults: collaborative analyses of 57 prospective studies pode ser lido por assinantes da The Lancet em www.thelancet.com.

Divulgação científica - Agência FAPESP - 18/03/2009

sexta-feira, 13 de março de 2009

FAT FOOT

Estresse e saúde


Quando nosso corpo é exposto a algum tipo de ameaça, seja ela psicológica ou física, produz-se um padrão básico de mudanças fisiológicas, chamado de resposta ao estresse (ou apenas estresse). Contudo, é o estresse psicológico crônico o mais frequentemente ligado a problemas de saúde.

Hans Selye foi o primeiro a descrever esse conjunto de mudanças fisiológicas, na década de 50. Ele percebeu que, a curto prazo, a resposta ao estresse produz mudanças adaptativas que ajudam o indivíduo a responder ao estressor (através da mobilização de recursos energéticos, da inibição de inflamação e da resistência aumentada a infecções). A longo prazo, porém, ela produz mudanças maladaptativas.

A resposta ao estresse é devida à ativação de dois sistemas:

1. O sistema córtex supra-renal-adeno-hipófise: os estressores agem sobre circuitos neurais que estimulam a liberação do hormônio adrenocorticotrópico (ACTH) da hipófise anterior. Por sua vez, o ACTH desencadeia a liberação de glicocorticóides do córtex supra-renal. Ambos produzem muitos dos efeitos da resposta de estresse. Inclusive, o nível de glicocorticóides circulantes é a medida fisiológica do estresse utilizada com mais frequência.

2. O sistema nervoso simpático: este sistema também é ativado pelos estressores, aumentando a quantidade de epinefrina e norepinefrina liberadas pela medula supra-renal.

A intensidade da resposta de estresse não depende apenas do estressor e do indivíduo, mas também das estratégias que ele adota para enfrentá-lo. Ou seja, as atitudes, os pensamentos, os comportamentos influenciam diretamente o nível de estresse vivido pela pessoa. Isso é importantíssimo do ponto de vista da psicologia, porque significa que fatores psicológicos e físicos estão imbricados, que fatores psicológicos influenciam o estresse físico.

Estressores psicológicos muito comuns, como perder o emprego, preparar-se para uma prova, terminar um relacionamento, estão associados a níveis circulantes elevados de glicocorticóides, de epinefrina e de norepinefrina, e isso pode levar a problemas físicos. Por exemplo, o medo ou o estresse antes de uma cirurgia foram associados à recuperação mais lenta, incluindo atrasos na cura de ferimentos.

Muito interessante o estudo das relações entre estresse e saúde em animais. Machos de espécies sociais que formam hierarquias de dominação, experimentam com frequência ameaças de outros machos da mesma espécie. Quando essas ameaças tornam-se constantes, o resultado é o estresse por subordinação. No caso de roedores machos subordinados atacados continuamente por machos mais dominantes, nota-se que eles têm mais propensão a atacar jovens, testículos de tamanho reduzido, vidas mais curtas, níveis mais baixos de testosterona e mais altos de corticosterona (um glicocorticóide).

terça-feira, 3 de março de 2009

Estou aqui!


Pessoal, não estou achando tempo para postar por aqui! Socorro! Ainda bem que é por estar trabalhando muito, o que me dá muito prazer.

Fiquei feliz com o número de perguntas e comentários que recebi por e-mail, e também aqui no blog. Valeu pela participação!

É ou não é um tema interessante, alimentação e psicologia?!?

Responderei a todos o mais breve possível!

Um abraço e até já, já.

Lia

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

ESTRESSE E OBESIDADE

"(...)Uma das mesas de debates que chamou a atenção dos especialistas abordou a questão hormonal e sua ligação com a obesidade. A especialista americana, Dra. Zofia Zukowska, mostrou a existência de forte relação do estresse com o hormônio neuropeptideo Y. A lógica demonstrada foi que, quanto mais estresse, maior a secreção de adrenalina, que ao ser metabolizada, se transforma em outro hormônio ativo, responsável pelo estoque de gordura. Ou seja, além de elevar o ganho de peso e aumentar a fome, o estresse também provoca o crescimento da célula gordurosa.

Na palestra “Human Obesity Genes”, o Dr. Peter Arner mencionou um processo semelhante. Segundo ele, pesquisas científicas demonstram que o estresse também aumenta a quantidade de glicorticóide, provocando fome e estimulando a produção de insulina, que induz a mais apetite. "

Trecho do texto da jornalista Cristina Dissat sobre o
Congresso da American Diabetes Association - 2008, para REVISTA ABESO

Manutenção de peso com e sem cirurgia bariátrica.


Entre pessoas que tiveram sucesso na redução e na manutenção ponderal, qual a diferença entre os que fizeram cirurgia bariátrica e os que as atingiram através de métodos não-cirúrgicos?

Bond (Brown University) e colaboradores publicaram um artigo a respeito no International Journal of Obesity. Eles estudaram a manutenção do peso de 105 pessoas que haviam passado pela cirurgia, e de 210 pessoas que haviam perdido peso sem ela, numa avaliação prospectiva de 1 ano.

Os participantes dos dois grupos relataram ter perdido por volta de 56 kg, inicialmente, e de ter mantido no mínimo 13,5 kg a menos nos últimos 5,5 anos. Durante o ano do estudo, em ambos os grupos, houve reganho de 1,8 Kg, em média. Porém...

... aqueles que foram operados relataram menos atividade física, maior consumo de fast food e gordura, menor controle alimentar, maior depressão e estresse!

Podemos concluir que a manutenção do peso pode ser alcançada por métodos não cirúrgicos, mas depende de esforços comportamentais mais intensivos. Em outros termos, como comentado pelo Dr. Sharma em seu blog, a cirurgia da obesidade parece ser mais clemente, mais flexível que o manejo do estilo de vida por si só, quando se trata de manutenção ponderal. Ou seja, apesar de terem se exercitado menos, de terem comido mais gordura e fast food, de relatarem maior estresse e depressão e menor controle alimentar, os pacientes cirúrgicos foram capazes de manter o mesmo tanto de peso perdido que os do outro grupo.

Dr. Sharma acrescenta: "tenho poucas dúvidas de que esses mesmos pacientes cirúrgicos, se dependessem de uma mudança de estilo de vida, apenas, sem a cirurgia, teriam tido resultados muito piores."

Mas cuidado! Isso não significa que quem faz a cirurgia pode "ficar tranquilo", porque, "cuidando-se ou não, vai emagrecer". Não é assim! A mudança no estilo de vida é fundamental para todos, tanto para o emagrecimento quanto, óbvio, para a SAÚDE.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

PENSAMENTOS SABOTADORES



A maneira como as pessoas pensam afeta o que elas sentem e o que elas fazem. Por exemplo, alguém com crenças autoderrotistas interpretará um grande número de situações como sinais de fracasso e atribuirá tal fracasso a sua incapacidade ou fraqueza. Não levará em conta outras possibilidades - de que a situação era inevitável ou de que existiam soluções viáveis.

"Eu não consigo" é um bom exemplo de como este tipo de pensamento gera rigidez de atitude: "de que adianta agir se já sei que não consigo"? A mesma pessoa pode criar para si situações muitos diferentes - de muito boas oportunidades a momentos muito ruins - dependendo de como pensa.

A Terapia Cognitiva baseia-se no pressuposto de que se as pessoas aprenderem a pensar mais realisticamente, poderão se sentir melhor e alcançar mais facilmente suas metas. Temos muitos pensamentos automáticos disfuncionais (ou pensamentos sabotadores) que nos 'prendem' em sentimentos de tristeza, ansiedade ou impotência, ou minam nosso autocontrole.

No caso de quem precisa perder peso, pensamentos sabotadores muito comuns são:

Não tem problema se eu comer isso, porque...

Comer isso não vai fazer diferença...

É muito injusto eu não poder comer o que quero, ter nascido assim...

Já que exagerei um pouco, não adianta continuar, vou comer o que eu quiser o resto do dia.

Não posso desperdiçar alimentos.

Não adianta fazer dieta, tenho tendência a engordar.

Minha amiga vai pensar que sou mal educada se não comer o bolo que ela fez.

Não suporto estar com fome, nem ver algo delicioso na minha frente sem comer.

Ou seja, temos prontinhos em nossas mentes justificativas e motivos muito fortes e convincentes para comer o que não se deve! Cabe a nós identificá-los e 'pagar com a mesma moeda': a cada pensamento sabotador identificado, temos que tirar da manga uma resposta mais funcional e adaptativa. E repeti-la a cada situação, com persistência, pensando sempre nos motivos que se tem para perder peso.

Somos nosso próprio diabinho e nosso próprio anjinho!

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Privação de sono e escolhas alimentares


A diminuição do tempo de sono tem se tornado uma condição endêmica na sociedade moderna, e a literatura atual tem encontrado importantes associações epidemiológicas entre o prejuízo no padrão habitual do sono e a obesidade.

Algumas evidências apontam que a privação de sono parece aumentar não somente o apetite, como também a preferência por alimentos mais calóricos.

Experimentos com pessoas privadas de sono mostraram que o apetite por nutrientes que continham alta quantidade de carboidratos, incluindo doces, biscoitos salgados e tubérculos, aumenta, mas o apetite por frutas, vegetais e alimentos com alta quantidade de proteínas é pouco afetado. Há, também, uma grande preferência pelo consumo de lanches rápidos e calóricos durante o horário de trabalho nos trabalhadores noturnos. Essa preferência é bastante preocupante, pois além de os indivíduos com perda de sono apresentarem um padrão hormonal predisponente para uma ingestão calórica aumentada, o preenchimento dessas calorias tende a ser feito com alimentos de baixa qualidade nutricional.


Relação entre Sono e Obesidade: uma Revisão da Literatura
Crispim et al.
Arq Bras Endocrinol Metab 2007;51/7