terça-feira, 25 de novembro de 2008

Jantar prático!

Gostei bastante da última postagem do blog Vitaminado, da Marcia Daskal. Ela dá dicas de preparações rápidas e práticas, para quem não tem tempo e nem disposição de ficar cozinhando depois de um dia inteiro de trabalho.

Super-hiper-mega útil, e importante!

Uma grande questão no consultório é a de como lidar com a falta de tempo, com a correria, com o cansaço... e como comer de forma saudável no meio de tudo isso!! As pessoas, em seu ritmo de vida alucinante, acabam por escolher alimentos práticos e de rápido preparo. Chegam em casa exaustas, e é mais provável que belisquem o que tiver mais à mão. Preparar uma refeição, nem pensar!

Como fazer, então? Continuar beliscando?

A resposta é o PLANEJAMENTO.

Se sabemos que, naquele momento do dia, não vamos, de forma alguma, cozinhar algo que seja demorado e complicado, deixemos o nosso jantar semi-pronto! Planejemos com antecedência, para que não precisemos decidir nada no momento em que chegamos em casa.

Já está decidido, e mais, já está quase pronto!

Chequem as dicas da Márcia:

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Tratamento da obesidade: considerações.



a) A obesidade não é transtorno psiquiátrico, nem "perder peso" é comportamento.

b) Tratamento: mudança de comportamento é necessidade absoluta no manejo da condição de obesidade, sobretudo no que diz respeito aos comportamentos que influenciam a ingestão de nutrientes e o consumo calórico. Esses padrões comportamentais e seus determinantes são surpreendentemente complexos e individualizados.

c) O objetivo do tratamento é o manejo, em vez da cura. Isto requer intervenção a longo prazo, que leve em consideração as características e circunstanciais do paciente individual.

d) O foco deve ser colocado na mudança do estilo de vida - desenvolver padrões regulares e duradouros de comportamento que sustentem a consecução e a manutenção de um peso mais baixo, a despeito das influências genéticas, interpessoais e ambientais.

e) A abordagem presume (1) mudança a longo prazo; (2) ênfase na manutenção do peso, e não em sua perda; (3) transferir a atenção do paciente da mudança de peso para um alvo mais controlável, que é a mudança de comportamento.

f) A obesidade é um transtorno heterogêneo, sendo provável que diferentes tratamentos sejam efetivos para diferentes indivíduos. Por isso a importância de se desenvolver critérios que se adaptem às necessidades dos indivíduos, ao invés de procurar determinar a melhor abordagem, isto é, aquela que é a melhor para todos os indivíduos obesos.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Quem são as crianças que se sentem gordas apesar de terem peso adequado?


As crianças aprendem cedo, nas famílias e meio social, a valorizar o corpo magro. Cabe a nós nos debruçarmos de forma séria sobre tal questão, nos questionarmos as causas da força que tem essa valorização, e compreendermos melhor como ela se instaura de maneira tão central na representação que o indivíduo tem de si mesmo, desde a infância.

Que fatores estão associados a uma insatisfação com o peso em crianças de 8 a 11 anos que, apesar de terem peso normal, acham-se gordas?

Foi esta a questão que as pesquisadoras Andréa Poyastro Pinheiro e Elsa Regina Justo Giugliani tentaram abordar em um estudo transversal com 901 escolares residentes em Porto Alegre. As crianças tiveram peso e altura aferidos e responderam um questionário com escala de auto-estima, autopercepção do peso e percepção da expectativa dos pais e amigos em relação a seu peso.

A análise dos resultados revelou que os escolares sem sobrepeso que se achavam gordos com mais freqüência eram do sexo feminino, tinham 11 anos de idade, maior IMC, menor auto-estima e tinham a percepção de que os pais e os amigos gostariam que eles fossem mais magros.

A variável que se mostrou mais fortemente associada a sentir-se gordo entre as crianças sem sobrepeso foi a percepção da expectativa dos pais em relação ao peso da criança. Crianças que achavam que os seus pais preferiam que elas fossem mais magras tiveram uma chance três vezes maior de se sentir gordas. Esse achado corrobora a idéia de que, até os primeiros anos da adolescência, os pais exercem grande influência na aparência e no estilo de seus filhos. Por outro lado, é possível que a percepção da expectativa dos pais em relação ao peso da criança esteja distorcida e amplificada em razão da própria imagem corporal negativa que a criança apresenta de si mesma. Outro aspecto a ser considerado é a questão do modelo que os pais representam para os filhos. Estariam essas crianças refletindo a imagem corporal negativa não de si mesmas, mas de seus pais? Alguns estudos sugerem que existe correlação entre preocupações a respeito do próprio peso por parte dos pais e problemas de estima corporal e preocupação com o peso nos filhos.

J Pediatr (Rio J). 2006;82(3):232-5

Quem são as crianças que se sentem gordas apesar de terem peso adequado?
Andréa Poyastro Pinheiro, Elsa Regina Justo Giugliani


terça-feira, 4 de novembro de 2008

Millôr


Gastronomia
é comer olhando pro céu.

domingo, 2 de novembro de 2008

Como avaliar o diário alimentar?


Patrícia enviou um e-mail que me deixou bastante satisfeita: ela tem preenchido um diário alimentar e gostaria de ter algumas dicas de como avaliá-lo. Perfeito! Questão de quem está engajada de verdade, de dentro para fora.

Vou listar aqui alguns parâmetros que utilizo, OK?

1. Quando se come, ou seja, o padrão temporal da alimentação.

Perguntar-se:

faço as refeições principais?
faço lanches programados entre as refeições?
belisco entre as refeições?
fico muito tempo sem comer?
pulo refeições?
meu padrão se mantém ou muda dependendo do dia?
em que momentos do dia tenho maior propensão de ter um episódio de compulsão alimentar?

2. Quanto se come.

Perguntar-se:

qual o tamanho das minhas porções?
eu repito o prato?
como tudo o que há no prato?

3. O que se come.

Perguntar-se:

quais alimentos e bebidas mais contribuem para as calorias consumidas?
tenho consciência das diferentes quantidades calóricas dos diversos alimentos?
quais aspectos do comer percebi como excessivos?
evito algum tipo de alimento?
como de forma variada?

4. Onde se come.

Perguntar-se:

costumo comer em lugares que não são nem a cozinha, nem a sala de jantar?
como assistindo TV?
como enquanto faço outras atividades?

5. Outras questões.

Perguntar-se:

tenho compulsões?
sinto falta de controle ao comer?
como quando estou cansado? - isso se percebe quando se faz uma coluna do diário relativa aos pensamentos e sentimentos relacionados ao comer.

Enfim, são algumas idéias.

Espero ter ajudado, Patrícia!