Apresentarei aqui uma adaptação de um método muito interessante, que é utilizado no Centro de Terapia Cognitiva da Califórnia para ajudar o paciente a ter uma percepção mais realista de si mesmo, de seus problemas, além de melhorar sua autoavaliação. Tenho usado esse exercício no consultório, e tenho tido ótimos resultados.
Trata-se de construir linhas de comparação:
a pessoa deve situar-se num continuum, comparando-se...
...com os demais (por exemplo, com pessoas da própria idade);
...com momentos diferentes de sua vida(por exemplo, com o mês passado);
...com seus desejos (por exemplo, com uma situação ideal ou com um objetivo);
etc.
Pode-se escolher os mais diversos aspectos da personalidade, da aparência, do comportamento... enfim!
Essas pontuações comparativas ajudam a pessoa a sair de uma visão de mundo "tudo ou nada" - que mutas vezes acarreta uma visão de si mesmo como 'nada, um fracasso'. Relativiza-se a idéia de que 'sou pior que os outros', ou que 'todos os outros são capazes e eu não', ou ainda que 'sou a pessoa mais gorda/feia do mundo'.
Uso muitas vezes este exercício para trabalhar uma imagem corporal "distorcida".
A pessoa deve registrar, em diversos momentos do dia, uma nota para si em relação à proximidade de um ideal
Peço para que a pessoa situe cada um de seus amigos e membros de sua família numa escala de 0 a 10, em função de seu aspecto físico.
Peço também que se compare com os demais, dando também uma nota para si mesmo.
Por exemplo, a pessoa pode, todos os dias, pontuar sua aparência em função de como se sente e de como se vê, comparando-se com:
a) o dia anterior,
b) seus amigos,
c) sua família.
Pode perceber que nem sempre se vê da mesma forma, que sua imagem corporal depende do humor, enfim...
Bacana, né?