ABESO
Por Flavia Garcia Reis
04 de abril de 2008
Dados do relatório do Vigitel 2007 (Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico) mostram que a população brasileira continua pouco preocupada com a alimentação saudável. Apenas 17,7% ingerem as cinco porções diárias de frutas e hortaliças, conforme recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e, ainda, 32,8% se alimentam freqüentemente de carnes com excesso de gordura. Contudo, 43% dos brasileiros estão com o IMC (Índice de Massa Corporal) acima de 25, sendo que isto é mais freqüente em homens que em mulheres.
O sistema traça o perfil dos brasileiros com mais de 18 anos, em relação aos seus cuidados com a saúde. Nesta edição foram entrevistadas, por telefone, 54 mil pessoas, sendo, no mínimo, 2 mil de cada capital brasileira. As informações foram coletadas entre julho e dezembro de 2007 e a pesquisa incluía questões sobre: tabagismo, consumo de bebidas alcoólicas, obesidade, ingestão de frutas, verduras e hortaliças, atividade física, proteção contra raios ultra-violetas, auto-avaliação sobre o estado de saúde, hipertensão, diabetes e prevenção do câncer.
A coordenadora do Vigitel, Deborah Carvalho Malta, afirma que com este estudo, realizado desde 2006, é possível construir parâmetros para o monitoramento dos fatores de risco das doenças crônicas não transmissíveis. “A idéia é que os dados coletados orientem as políticas públicas de promoção à saúde e prevenção destas doenças”, completou. O Vigitel é realizado por uma parceria do Ministério da Saúde com o Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo.
Dentre os resultados do “Mapa da Saúde do Brasileiro”, como é chamado o relatório do Vigitel, o percentual de homens obesos no país cresceu de 11,4% (em 2006) para 12,9% (em 2007). Em contrapartida, o consumo de carnes com gordura diminuiu quase 7%. As mulheres se mostraram mais preocupadas com a sua saúde: enquanto 42,7% dos homens comem habitualmente esses alimentos, apenas 24,3% das mulheres declararam ter este hábito.
Abaixo seguem outras porcentagens divulgadas neste relatório.
Atividades Físicas - Apesar de grande parte dos maiores de 18 anos afirmarem praticar atividade física, 29% disseram não fazer sequer uma caminhada. Entretanto, a porcentagem de pessoas que praticam atividades físicas nos seus horários livres aumentou de 14,9% para 15,5%.
Tabagismo – 20,9% dos homens são fumantes, enquanto 12,6% das mulheres têm este hábito. O percentual geral subiu 0,2% no último ano e a coordenadora Deborah Malta sugere que, para reduzir estes índices, seja aumentado o preço do cigarro. A cidade brasileira com maior número de fumantes é Porto Alegre, com 21,6% de sua população.
Consumo de Álcool – O percentual de ingestão de bebidas alcoólicas também aumentou. Subiu de 16,1% para 17,5%. A pesquisa considera como consumo abusivo o limite de cinco doses para homens e quatro para as mulheres. O Vigitel questionou também sobre o consumo de álcool seguido de direção de veículos e constatou que 2% da população afirmaram dirigir depois de beber.
Refrigerantes – 26,7% dos adultos brasileiros afirmaram tomar refrigerantes cinco ou mais vezes por semana, sendo mais freqüente o consumo pelos homens. Outro dado importante: quanto maior a escolaridade, menor o consumo destas bebidas