terça-feira, 31 de março de 2009

Compulsão alimentar: parte 1

Deadea, manu, e todos os outros que querem saber mais sobre controle do impulso para comer... resolvi fazer um resumão de vários posts do blog que falam sobre o assunto, para que tiremos algumas conclusões e dicas do que fazer.

Aqui vai a primeira parte das dicas:


Dormir bem: a privação de sono parece aumentar não somente o apetite, como também a preferência por alimentos mais calóricos (post de 15/01/09).

Usar técnicas de controle do estresse:
- as pessoas que sofrem de estresse têm mais chances de sentir desejos mais intensos que possam satisfazer de forma compulsiva, como comer.
- pesquisas científicas demonstram que o estresse aumenta a quantidade de glicorticóide, provocando fome e estimulando a produção de insulina, que induz a mais apetite.
- quanto mais estresse, maior a secreção de adrenalina, que ao ser metabolizada, se transforma em outro hormônio ativo, responsável pelo estoque de gordura. Ou seja, além de elevar o ganho de peso e aumentar a fome, o estresse também provoca o crescimento da célula gordurosa.
(posts de 26 e 27/01/09)

Identificar e combater os pensamentos sabotadores automáticos: a cada pensamento sabotador identificado, temos que tirar da manga uma resposta mais funcional e adaptativa. E repeti-la a cada situação, com persistência, pensando sempre nos motivos que se tem para perder peso.(posts de 22/01/09 e 27/06/08).

Comer com calma: há várias razões pelas quais comer rapidamente pode contribuir para a obesidade. Este hábito pode interferir no sistema de sinalização que diz ao cérebro para parar de comer porque o seu estômago está cheio. Se você come rapidamente, você está enchendo o seu estômago antes que essa sinalização ocorra (post de 03/12/08).

Planejar refeições com antecedência sempre que possível: com a falta de tempo, com a correria, com o cansaço, acabamos por preferir alimentos práticos e de rápido preparo, geralmente industrializados e de alto valor calórico. Onde vou comer hoje, que ofereça algo não muito calórico? O que posso deixar semi-pronto e saudável, em casa? (post de 25/11/08).

quarta-feira, 18 de março de 2009

IMC alto e mortalidade


Uma análise de 57 estudos feitos na Europa e Estados Unidos com quase 900 mil pessoas revelou que um índice de massa corporal (IMC) alto leva a um aumento nas taxas de mortalidade.

O trabalho considerou o IMC ideal entre 22,5 e 25 kg/m² – o coeficiente é calculado ao se dividir o peso (em quilos) pela altura ao quadrado (em metro). Segundo o estudo, acima do valor máximo ideal,cada 5 kg/m² extra resulta em um aumento de cerca de um terço na mortalidade geral.

A pesquisa, coordenada por Richard Peto e Gary Whitlock, da Colaboração de Estudos Prospectivos da Universidade de Oxford, no Reino Unido, foi publicada nesta quarta-feira (18/3) no site e sairá em breve na edição impressa da revista médica The Lancet.

Entre as conclusões está que a obesidade moderada, ou sobrepeso (IMC entre 30 e 35), é bastante comum estatisticamente, mas tem apenas um terço do efeito do hábito de fumar na mortalidade. Enquanto isso, a obesidade severa (IMC de 40 a 50), apesar de mais rara, tem efeito semelhante ao cigarro na mortalidade.

Os pesquisadores analisaram a relação entre IMC e o risco de morte por conta de diversos problemas de saúde. A idade média dos envolvidos ficou em 46 anos, com homens representando 61% do total.

Nos dois sexos, a mortalidade se mostrou menor no IMC considerado ideal. Cada 5 kg/m² adicional representou um aumento de: 40% na mortalidade por doenças do coração, derrame e outros problemas vasculares; 60% a 120% para diabetes e doenças no fígado e rins; 10%em relação ao câncer; e 20% de aumento para indivíduos com doenças pulmonares.

A obesidade moderada reduziu a expectativa de vida entre dois e quatro anos. A diminuição foi de oito a dez anos para casos de obesidade severa ou mórbida.

Foi observado também um aumento na mortalidade em indivíduos com IMC abaixo do considerado ideal, mas os cientistas destacam que será preciso novo estudo para entender melhor tal relação, que não foi o objetivo da presente pesquisa.

“A conclusão é simples: excesso de peso diminui a expectativa de vida.Em países como a Inglaterra e os Estados Unidos, pesar um terço a mais do que o ideal diminui a expectativa média de vida em três anos”,disse Whitlock.

“Para a maioria das pessoas, esse um terço significa carregar de 20 a 30 quilos a mais de excesso de peso. É mais fácil evitar o ganho de peso do que perdê-lo depois que o excesso já está presente. Evitar atingir um IMC de 32 kg/m² pode representar alguns anos a mais de vida”, disse.

O artigo Body-mass index and cause-specific mortality in 900000 adults: collaborative analyses of 57 prospective studies pode ser lido por assinantes da The Lancet em www.thelancet.com.

Divulgação científica - Agência FAPESP - 18/03/2009

sexta-feira, 13 de março de 2009

FAT FOOT

Estresse e saúde


Quando nosso corpo é exposto a algum tipo de ameaça, seja ela psicológica ou física, produz-se um padrão básico de mudanças fisiológicas, chamado de resposta ao estresse (ou apenas estresse). Contudo, é o estresse psicológico crônico o mais frequentemente ligado a problemas de saúde.

Hans Selye foi o primeiro a descrever esse conjunto de mudanças fisiológicas, na década de 50. Ele percebeu que, a curto prazo, a resposta ao estresse produz mudanças adaptativas que ajudam o indivíduo a responder ao estressor (através da mobilização de recursos energéticos, da inibição de inflamação e da resistência aumentada a infecções). A longo prazo, porém, ela produz mudanças maladaptativas.

A resposta ao estresse é devida à ativação de dois sistemas:

1. O sistema córtex supra-renal-adeno-hipófise: os estressores agem sobre circuitos neurais que estimulam a liberação do hormônio adrenocorticotrópico (ACTH) da hipófise anterior. Por sua vez, o ACTH desencadeia a liberação de glicocorticóides do córtex supra-renal. Ambos produzem muitos dos efeitos da resposta de estresse. Inclusive, o nível de glicocorticóides circulantes é a medida fisiológica do estresse utilizada com mais frequência.

2. O sistema nervoso simpático: este sistema também é ativado pelos estressores, aumentando a quantidade de epinefrina e norepinefrina liberadas pela medula supra-renal.

A intensidade da resposta de estresse não depende apenas do estressor e do indivíduo, mas também das estratégias que ele adota para enfrentá-lo. Ou seja, as atitudes, os pensamentos, os comportamentos influenciam diretamente o nível de estresse vivido pela pessoa. Isso é importantíssimo do ponto de vista da psicologia, porque significa que fatores psicológicos e físicos estão imbricados, que fatores psicológicos influenciam o estresse físico.

Estressores psicológicos muito comuns, como perder o emprego, preparar-se para uma prova, terminar um relacionamento, estão associados a níveis circulantes elevados de glicocorticóides, de epinefrina e de norepinefrina, e isso pode levar a problemas físicos. Por exemplo, o medo ou o estresse antes de uma cirurgia foram associados à recuperação mais lenta, incluindo atrasos na cura de ferimentos.

Muito interessante o estudo das relações entre estresse e saúde em animais. Machos de espécies sociais que formam hierarquias de dominação, experimentam com frequência ameaças de outros machos da mesma espécie. Quando essas ameaças tornam-se constantes, o resultado é o estresse por subordinação. No caso de roedores machos subordinados atacados continuamente por machos mais dominantes, nota-se que eles têm mais propensão a atacar jovens, testículos de tamanho reduzido, vidas mais curtas, níveis mais baixos de testosterona e mais altos de corticosterona (um glicocorticóide).

terça-feira, 3 de março de 2009

Estou aqui!


Pessoal, não estou achando tempo para postar por aqui! Socorro! Ainda bem que é por estar trabalhando muito, o que me dá muito prazer.

Fiquei feliz com o número de perguntas e comentários que recebi por e-mail, e também aqui no blog. Valeu pela participação!

É ou não é um tema interessante, alimentação e psicologia?!?

Responderei a todos o mais breve possível!

Um abraço e até já, já.

Lia