Um estudo pioneiro, realizado nos Estados Unidos e publicado recentemente no Journal of Law & Economics, sugere que a publicidade de fast food pode ter um papel crucial para os altos índices da obesidade infantil. A pesquisa é composta por um levantamento governamental que envolve entrevistas pessoais com milhões de famílias, além de informações sobre audiência relacionadas aos comerciais de fast food. Os cálculos estatísticos também levam em conta outras influências, como a renda familiar, o número de restaurantes de fast food existentes na vizinhança e a possibilidade de algumas crianças já apresentarem distúrbios alimentares independentemente de seus hábitos relativos a ver TV.
Os resultados obtidos apontam que se os anúncios fossem definitivamente proibidos, haveria uma redução de 18% no número de crianças de 3 a 11 anos de idade com problemas de obesidade ou acima do peso normal. Para os adolescentes de 12 a 18 anos, esse número seria reduzido em 14%. No entanto, os pesquisadores não defendem a proibição desse tipo de publicidade, pois afirmam que muitas pessoas consomem esses produtos moderadamente, sem prejuízos à saúde.
Um outro trabalho realizado na Universidade de Illinois (EUA) descobriu que os comerciais de fast food representam 23% dos anúncios do mercado de alimentos vistos por crianças na TV. A porcentagem de crianças americanas acima do peso ou obesas cresceu consideravelmente nos últimos 25 anos.
No Brasil
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) quer restringir a publicidade de alimentos infantis. Dados divulgados no ano passado, de uma pesquisa realizada com 816 famílias que têm filhos de sete a 14 anos, relacionou a obesidade das crianças à quantidade de propaganda de alimentos ricos em gordura, açúcar, sal e óleo, veiculadas na TV. A pesquisa, feita pela Universidade de Ribeirão Preto, interior de São Paulo, mostrou que 27% da propaganda exibida na época vendia alimentos. Desse total, 57% eram de produtos como refrigerantes, chocolates, bolachas recheadas e salgadinhos. Das crianças participantes do estudo, 24% tinham sobrepeso ou obesidade, e a maioria comia muitos alimentos gordurosos ou com alto índice de açúcar.
Uma criança é considerada obesa quando possui 20% a mais do peso considerado ideal para a sua idade. Hoje, a obesidade infantil atinge cerca de 15% das crianças brasileiras e é considerado um problema de saúde pública. No mundo, a epidemia registra maior ocorrência em países ricos e industrializados.
Conheça a pesquisa publicada no Journal of Law & Economics http://www3.lehigh.edu/News/V2news_story.asp?iNewsID=3001&strBack=%2Fabout%2Fnews%2Fdefault.asp
2PRÓ Comunicação